A cada 15 dias passo 3 horas em um hospital de Curitiba em função de um estágio da faculdade. Parece pouco, mas para mim tem sido um tempo de muito aprendizado. Em um dos atendimentos um senhor de meia idade com sérios problemas na coluna, estava aguardando uma cirurgia. Entre um assunto e outro perguntei a ele de onde vinha força para suportar a dor e a espera. Ele respondeu apontando para a Bíblia que estava ao seu lado. A partir dali ele deu seu testemunho de fé. Tive que segurar as lágrimas para conseguir manter a “pose” de profissional. No final da conversa ele me disse que queria logo se recuperar para poder falar mais de Jesus as pessoas, e então eu disse: “Deus falou comigo hoje através do senhor, obrigado”. Ele encheu os olhos de lágrimas e chorou. Percebi em seu olhar que não era por tristeza, mas por sensibilidade ao Espírito Santo.
Em outra situação me deparei com um senhor, também de meia idade, perdendo os movimentos dos braços, morando de favor com um familiar e de briga com o único filho. Ele contou que havia feito um “acordo” com Deus. Daria R$ 400,00 naquele mês para a igreja, mas em função de outros gastos refez o “acordo” pedindo para pagar em prestação, mas no dia anterior a sua internação frequentou 3 dos 5 culto oferecidos pela igreja neopentecostal que participa, com a intenção de firmar o novo acordo e provar sua fidelidade. Ele me disse: “acho que não é por isto que baixei hospital, Deus não ia fazer isto só porque não paguei né?!”.
Eu não tenho uma conclusão para este texto. Só sei que a cada experiência tenho aprendido mais e saio com a certeza de que ainda há muito a aprender. Mas confio na misericórdia do Senhor sobre a minha vida e a vida daquelas pessoas. O que peço a Deus é sensibilidade para vê-las como homens e mulheres que precisam sentir seu verdadeiro amor, mesmo que seja através dos meus ouvidos. Glória a Deus por aqueles que já entenderam isto e por aqueles que virão a entender.
